Eu quero ser irônica; quero escrever de forma simples e engraçada. Quero ridicularizar os que se acham perfeitos. Quero ser quem tenta mostrar que há diferenças. Quero criticar as religiões fanáticas e preconceituosas. Quero apontar o governo tirano. Quero defender o direito de discordarem de mim. Quero ser Voltaire.
Quero ser nobre; quero discordar da nobreza da qual faço parte. Quero mostrar que uma pessoa nem sempre raciocina de acordo com os interesses da classe social a qual pertence. Quero defender a ideia de que ser rei não significa ser absoluto. Quero ser quem critica o poder concentrado. Quero que o poder limite o poder. Quero ser Montesquieu.
Eu quero ser democrata. Eu quero ser popular; eu quero ser cidadã. Quero decidir as ações do governo. Quero mudar o governo. Quero mostrar que temos o poder da mudança. Quero criticar os privilégios. Quero ser quem sabe que o homem é bom; quero saber que a sociedade o corrompe. Quero ser Rousseau.
Eu quero ser livre; quero ser autonôma; quero ser radical. Quero ser ousada; quero ser criativa. Quero ser intelectual; quero ser enérgica. Quero ser humilde, quero desprezar a nobreza fútil. Quero ser genial, quero ser artista. Quero dizer que nenhum rei é capaz de criar um grande artista. Quero ser Beethoven.
Eu quero ser uma gênia. Quero as melodias mais elegantes, adoráveis, graciosas e simples. Quero diversão. Quero misto e inteligência e boemia. Quero frivolidade e profundidade. Quero beber, quero gastar, quero a perdição junto a felicidade. Quero ser celebridade. Quero me enjoar da perfeição. Quero ser a amada de Deus. Quero ser Mozart... Amadeus.