terça-feira, 24 de agosto de 2010

Puta ou santa? Deixa-me ver...

“Não sou puta, nem sou santa: sou mulher.” (Eliane Kheyreedine)

Agora eu te pergunto, nem... Quem foi que disse que uma saia curta explicita uma mulher promíscua? E, além disso, quem foi que disse que uma saia comprida mostra uma puritana assumida? A gente se acostuma a rotular pessoas pelo jeito como se vestem, como andam, como falam, como nos olham. Vai dizer que você não fez isso alguma vez na vida. Eu já fiz! Várias e várias vezes. Cheguei a dizer que uma garota era a maior piriguete que eu já havia conhecido simplesmente por ela falar alto, andar rebolando e usar uma saia curta que quando se abaixava dava para ver o Mundo das Montanhas Saltitantes. Alguns dias depois descobri que eu estava diante de uma garota maravilhosa (não que as piriguetes não sejam, hein) e que de promíscua não tinha nem as cutículas das unhas. Como já acreditei piamente que certa garota iria ser canonizada por usar saias até o pé, blusas com gola até o pescoço, só usar o cabelo em coque, não ter furo nas orelhas e não falar um palavrão se quer. De santa ela não tinha nem o fio do pentelho.
Canto e danço funk, uso blusas decotadas, uso saias e shorts curtos (na medida certa, pois além de gorduras concentradas, tenho senso e noção de ridículo), falo muito e, vezes, falo gritando. Falo besteira, aperto meus amigos, abraço, beijo e mordo. Falo escrotice, falo sacanagem. Rebolo e Re-rebolo. Nada disso me define como Puta. Que por sinal é um nome um tanto pejorativo para definir mulheres promíscuas, já que a puta recebe dinheiro e as em questão fazem por amor ao ofício.
Não fico com todo mundo, não uso e nem quero usar drogas, oro e medito sempre que possível, amo meu Deus mais do que muitos possam imaginar, converso com Ele todo dia enquanto vou pra escola. Escuto hino gospel, respeito as religiões e as escolhas de cada um. Escuto no exato momento Rosa de Saron. Detesto promiscuidade. Nada disso me define como Santa ou Ave Talita Cheia de Graça.
O que devemos entender (e que graças a Deus já entendi há algum tempo atrás) é que não se santifica ou se crucifica uma pessoa por suas características superficiais. Sou tão boa quanto má. Tão livre quanto solta. Sou muito mais do que um resumo em duas características ínfimas, puta ou santa. Eu sou mulher, porra!